Desde 2012, a população era de 500 idosos. O crescimento foi motivado por avanços tecnológicos e novidades da medicina.
“Eu me sinto melhor hoje do que quando era adolescente. Na melhor idade eu tenho mais experiência, alcancei o equilíbrio e tenho a experiência que não tinha na juventude”. A declaração é da aposentada Adjani Lucena, de 71 anos. Ela faz parte do universo dos 508 mil idosos que integram a população paraibana.
O número de pessoas com 60 anos ou mais tem aumentado no Estado. Em 2012, foram registrados 500 mil idosos em todo o Estado, número que pulou para 508 mil no ano passado. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e referem-se ao grupo de idade a partir de 60 anos ou mais, de homens e mulheres residentes em domicílios localizados na zona urbana e rural da Paraíba.
Para o antropólogo Adriano de Leon, o acréscimo na população idosa é motivada pelos avanços tecnológicos e novidades na medicina. Ele explica ainda que o aumento no número de idosos vem para contribuir para a reflexão sobre as políticas sociais destinadas à categoria, que deixa de ser vista como parte excludente, e passa a ser parte integrante da sociedade. “No âmbito da sociedade, a velhice se torna algo visível. As mudanças sociais acontecem a partir da representatividade da classe, ou seja, quanto maior o envelhimento da população, maior é a preocupação e a pressão para que sejam cumpridos e surjam novos direitos. Os direitos só são possíveis se a categoria passa a existir economicamente”, enfatizou.
Assim como Adjani Lucena, Pedro Pereira de Castro, aposentado, de 78 anos, residente no abrigo Lar da Providência, ressalta a satisfação em estar na melhor idade. Ele conta que concluiu recentemente um curso de Direito e que apesar da idade tem muitos planos para o futuro. “Estou estudando para o exame da Ordem, e tenho sonhos futuros. Quero ser advogado para poder atender gratuitamente os pobres, principalmente os idosos menos favorecidos. Meu maior sonho é lutar pelos direitos dos idosos”, falou entusiasmado.
Desde 2003, o Brasil possui leis que objetivam proteger e garantir os direitos dos idosos. Hoje, no Dia Internacional do Idoso, o Estatuto do Idoso completa um ano de criação. Entre os direitos previstos no estatuto estão desconto de 50% nas atividades culturais, de lazer e esportivas e atendimento prioritário. Também está previsto aplicação de penalidades para quem abandonar os idosos sem assistência ou cometer qualquer tipo de violência, física ou financeira contra idosos.
Segundo o presidente do Conselho Estadual de Direitos da Pessoa Idosa, Francisco de Assis, o poder estadual oferece à população idosa órgãos que têm como função acolher, orientar e defender os direitos das pessoas idosas. Além dos Conselhos Municipais e Estadual, os idosos podem contar com os serviços das delegacias especializadas do idoso. “O Conselho recebe os idosos, os orienta e provoca o cumprimento das políticas públicas em defesa deles. Buscamos os direitos, garantias de saúde, moradia e fiscalizamos as instituições de longa permanência, assim como acompanhamos processos de enfrentamento à violência da pessoa idosa”, ressaltou.
De acordo com dados do Conselho Estadual do Idoso, houve uma redução no número de idosos residentes em casa de longa permanência. Até o ano passado, cerca de 1% de idosos da Paraíba moravam em abrigos. “Essa redução é justificada pelas políticas sociais de acompanhamento dos idosos e trabalhos de conscientização”, destacou o presidente do Conselho.
Com Jornal da Paraíba
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