Afastamento de servidores comissionados e contratados, além de corte em gastos com combustíveis e compra de equipamentos para saúde foram algumas das medidas adotadas por muitos prefeitos paraibanos para conseguirem cumprir a responsabilidade de pagar o décimo terceiro salário aos servidores. Eles afirmam que a seca e os baixos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) registrados esse ano afetaram as finanças nas administrações municipais, principalmente das menores prefeituras.
Em dezembro, os prefeitos poderão contar com 1% a mais no repasse do FPM. Apesar disso, a ajuda não garante tranquilidade para os gestores pagarem as duas folhas dentro do mesmo mês. As estimativas elaboradas pela Secretaria do Tesouro Nacional mostram que em dezembro as 223 prefeituras paraibanas devem receber R$ 213.113.832. Em janeiro o repasse apresenta uma queda de mais de R$ 13 milhões, passando a ser de R$ 200.347.695.
Segundo Tota Guedes, presidente da Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup), o 1% a mais no repasse para as prefeituras decorre da emenda constitucional 55/2007, que foi o resultado de luta do movimento municipalista. Em valores, este adicional representa cerca de R$ 3,4 bilhões, e para o conjunto dos municípios da Paraíba, são R$ 112 milhões, um aumento de 12% em relação ao repasse do ano passado.
O presidente da Famup informa que no repasse de 1% em dezembro não há retenção de Fundeb. Tota ainda revelou que os municípios paraibanos estão vivendo uma crise financeira aguda nos municípios da Paraíba e o recurso pode ajudar no fechamento das contas e principalmente no pagamento do 13º dos servidores municipais.
“Estamos conversando com os prefeitos e vendo as dificuldades que estão enfrentando nesse fim de ano. Não é fácil equilibrar as contas depois de um ano atípico com a pior seca dos últimos 40 anos e eleições. As receitas não reagiram para acompanhar as despesas e por isso, os prefeitos enfrentam essas dificuldades para fechar as duas folhas de dezembro, o décimo terceiro e a folha do mês”, disse Tota Guedes.
De acordo com o presidente da Famup, existia uma previsão do Tesouro Nacional de que o mês de dezembro seria beneficiado com um reforço de 55% no FPM, mas que não se concretizou. Por conta disso, os prefeitos terão que garantir a estabilidade da máquina e utilizar o reforço de 1%, previsto para o início de dezembro, no pagamento dos servidores municipais.
A única recomendação da Famup para esse final de ano é no sentido dos gestores enxugarem ao máximo as despesas da máquina pública. Cortes com prestadores e contratados, com combustíveis e materiais extras devem ser feitos como forma de garantir o cumprimento das obrigações com o pagamento do décimo terceiro e da folha. “Fazendo isso os prefeitos terão um pouco mais de condições de terminar o ano com a máquina funcionando”, destacou.
Redação: com Jornal Correio da Paraíba
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