O benefício do
passe-livre para os estudantes das escolas municipais de João Pessoa,
concedido pelo prefeito Luciano Cartaxo (PT) como uma das ações dos seus
100 primeiros dias de governo, se tornou polêmica desde que o
governador Ricardo Coutinho (PSB) levantou a hipótese de que a maioria
dos estudantes da rede municipal frequentam escolas nas proximidades de
suas residências e por essa razão não necessitariam do beneficio que
garante o transporte público gratuito.
Diante das afirmativas do governo do Estado, que foi incisivo ao
reafirmar que não concederia o passe-livre para os estudantes da rede
estadual, a gestão do município lançou notas à imprensa e à população
esclarecendo a validade do beneficio, incluindo a lista de alunos
atendidos pelo transporte gratuito aqueles que participam de ações
complementares tais como o EJA (Educação para Jovens e Adultos) e o
ProJovem.
Contudo, justificativas e acusações a parte, a discussão gerou
curiosidade em relação ao que os próprios estudantes acham dessa
concessão. Tendo em vista o histórico de luta do movimento estudantil
pela garantia desse e outros benefícios e as articulação políticas
escassas que se estipulam em volta da argumentação dos estudantes.
De acordo com
Athanir Araújo, diretor da Associação Paraibana dos estudantes
secundaristas, o diálogo entre a associação e gestão pública, tanto
municipal quanto estadual, é restrito. “A nossa luta em busca do
passe-livre vem desde início dos anos 90. Sempre houve manifestações e a
reivindicação por mais a espaços para o diálogo com os governos, nunca
fomos atendidos. O benéfico garantido por Cartaxo é válido, contudo não
houve diálogo direto conosco, foi apenas uma promessa de campanha
cumprida. Foi importante, mas sabemos que boa parte dos estudantes da
rede municipal mora perto das localizações das escolas.”, declarou.
Araújo afirmou também que a luta pelo passe-livre abrange outras esferas
da educação, que deve ser em todos os aspectos, inclusive no
transporte. “O governo deve dar garantias para que o estudante compareça
as aulas. Garantimos a meia passagem pelo sistema de transporte
público, mais é evidente que precisamos garantir outras formas de
acesso”, disse.
Criticando a
conduta do governador Ricardo Coutinho, o presidente da associação
afirmou que o essencial seria a estender o benefício a rede estadual de
ensino, uma vez que esses estudantes possuem uma disponibilidade de
escolas inferior.
“Precisamos de um beneficio mais amplo, que possa atender a estudantes
que realmente precisam. Estamos planejando novas manifestações, mas
compreendemos que o ideal seria a articulação entre os poderes: estado,
município, sindicato e empresas de transportes coletivos devem ter a sua
parcela e devem subsidiar essa proposta”, sugeriu.
Apesar de a medida ter sido anunciada no dia 10 de Abril, o cadastro que
apontará o número de estudantes realmente beneficiados pela medida,
ainda não foi concluído pela AETC- JP (Associação de Empresas de
Transporte Coletivo Urbanos de João Pessoa). A justificativa dada pelo
órgão foi a de que o cadastro está sendo realizado diretamente pelas
escolas e que por enquanto, não há previsão de divulgação desses
números.
Paraiba.com
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