O
Ministério da Fazenda deve anunciar nesta semana a prorrogação por
dois meses da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
para automóveis, afirmaram fontes da equipe econômica nesta
segunda-feira. Essa posição já era defendida pelos técnicos do governo
no fim de julho. A primeira possibilidade de prorrogação ocorreu quando
surgiram informações sobre riscos de demissões na fábrica da General
Motors em São José dos Campos (SP).
A decisão do governo de manter
o IPI mais baixo para automóveis se deve a dois motivos, de acordo com
fontes da equipe econômica. Primeiro, há risco de desemprego no setor
automotivo em um momento em que a economia brasileira ainda não
engrenou o suficiente para absorver essa mão de obra. E o segundo
motivo é que, na avaliação do governo, um maior aquecimento da produção
de automóveis no segundo semestre será um reforço adicional à retomada
da economia.
Nas contas da Fazenda, a produção de automóveis
contribui com cerca de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial e
gera efeitos importantes na produção de autopeças, máquinas e
equipamentos.
Uma das fontes consultadas e que pediu anonimato
informou ainda que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, vai se reunir
até quinta-feira com representantes do setor automotivo. Nessa
conversa, o governo deverá pedir a comprovação dos efeitos do benefício
dado, por meio de números sobre produção e emprego.
A primeira
redução do IPI para automóveis esteve vinculada, no fim de maio deste
ano, à cilindrada e ao regime automotivo. Os mais beneficiados foram
modelos 1.0, que tiveram o imposto reduzido de 7% para zero.
O
governo já tem a informação de que os estoques nesse setor foram
normalizados, mas, em outra vertente da questão, busca obter um
compromisso por parte dos empresários de que não haverá dispensa de
trabalhadores durante a vigência, reforçaram as fontes ouvidas nesta
segunda-feira.
O ministro da Fazenda também deverá se reunir nesta
semana com os fabricantes de produtos da linha branca. Fontes do
governo informaram no início deste mês que a redução do IPI para
refrigeradores, lavadoras, tanquinhos e fogões poderia não ser
estendida. O argumento dos técnicos na ocasião era de que as
desonerações já feitas e o menor crescimento da arrecadação reduziram
as margens para renovação de benefícios tributários.
TERRA
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