Sertão é a região alvo de bandidos que praticam explosões a bancos

Até maio deste ano, 47 ocorrências já foram registradas. Perto do que foi registrado em 2012, com 52 atentados. Esse índice saltou para 138%, em 2013 e colocou a PB com maior número de crimes a bancos no país

Os atentados a bancos nas regiões metropolitanas e no interior da Paraíba têm desafiado a capacidade de inibição ao crime organizado e a inteligência da polícia. As ações, cada vez mais ousadas, destroem agências bancárias e assustam a população das cidades atingidas. Esses municípios, muitas vezes, dependem dos serviços da única agência instalada na cidade para efetuar as transações bancárias. O resultado da falta de segurança revolta não só os moradores, mas gera insatisfação também dos que operam no serviço e estão expostos à criminalidade.

O Sindicato dos Bancários da Paraíba realiza o mapeamento dos crimes envolvendo agências em todo o estado. Até a sexta-feira (9), 47 ocorrências haviam sido registradas. Sendo elas 17 explosões, seis assaltos, 13 arrombamentos, cinco tentativas de arrombamento e seis abordagens nas saidinhas de banco. Proporcionalmente, a maioria dos atentados ocorreu no Sertão paraibano. As cidades de Jericó, São Vicente do Seridó, Cacimba de Areia, São José de Espinharas e Aguiar foram alguns dos alvos dos bandidos. Em segundo lugar, as cidades do Cariri, como Caraúbas, Livramento e Gurjão. E a menor incidência de explosões a agências bancárias foram registradas nas regiões do Agreste e do Brejo.

Para se ter uma ideia de como este tipo de crime tem avançado nos últimos três anos, em 2012, foram contabilizados 52 ataques a bancos envolvendo explosões. Em 2013, esse número saltou para 124 ocorrências. Representando um dado alarmante para todo o estado, que viu de janeiro a novembro de 2013 crescer 138,4% o número de ataques a bancos. O que colocou a Paraíba na condição de estado brasileiro com o maior número de atentados no país.

A ousadia dos bandidos é uma característica que tem sido apontada como a principal necessidade a ser enfrentada com estratégia pela polícia. Devido ao fraco número de efetivo para policiamento e diante da facilidade em acessar o dinheiro, as quadrilhas têm se especializado.

O caso mais conhecido e que gerou repercussão nacional foi o do município de Princesa Isabel, há 419 quilômetros de João Pessoa. Quando 15 assaltantes explodiram simultaneamente dois bancos e fizeram reféns dentro das agências. Na fuga, eles espalharam objetos perfurantes pelo trajeto para dificultar a ação da polícia.

Em 2013, uma declaração do secretário estadual de Segurança Pública revoltou os trabalhadores dos bancos. Claudio Coelho Lima afirmou que a culpa pelas frequentes explosões era das próprias empresas que administravam o serviço, que não investiam “nem dentro e nem fora das agências”.

A polêmica gerada em torno do assunto, à época, levou o secretário a pedir desculpas pelo caos na Segurança Pública, e ainda admitir a falta de policiais nas delegacias. Na Polícia Civil, aproximadamente 300 policiais pediram dispensa em 2013 para realizar tratamento de saúde.

Com a falta de agentes na segurança pública e a crescente sensação de impunidade que se vê diante de tantos atentados, a população se questiona sobre quais medidas estão sendo adotadas para eliminar os riscos de novas explosões a agências bancárias e ver a prisão dos acusados pelos crimes. Quando a insegurança sobrepõe a ação dos agentes públicos, remete-se aos órgãos fiscalizadores a função de observar aonde e porquê estão ocorrendo estes equívocos.

Redação: Por Stefanny Marques
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domingo, 11 de maio de 2014

Sertão é a região alvo de bandidos que praticam explosões a bancos

Até maio deste ano, 47 ocorrências já foram registradas. Perto do que foi registrado em 2012, com 52 atentados. Esse índice saltou para 138%, em 2013 e colocou a PB com maior número de crimes a bancos no país

Os atentados a bancos nas regiões metropolitanas e no interior da Paraíba têm desafiado a capacidade de inibição ao crime organizado e a inteligência da polícia. As ações, cada vez mais ousadas, destroem agências bancárias e assustam a população das cidades atingidas. Esses municípios, muitas vezes, dependem dos serviços da única agência instalada na cidade para efetuar as transações bancárias. O resultado da falta de segurança revolta não só os moradores, mas gera insatisfação também dos que operam no serviço e estão expostos à criminalidade.

O Sindicato dos Bancários da Paraíba realiza o mapeamento dos crimes envolvendo agências em todo o estado. Até a sexta-feira (9), 47 ocorrências haviam sido registradas. Sendo elas 17 explosões, seis assaltos, 13 arrombamentos, cinco tentativas de arrombamento e seis abordagens nas saidinhas de banco. Proporcionalmente, a maioria dos atentados ocorreu no Sertão paraibano. As cidades de Jericó, São Vicente do Seridó, Cacimba de Areia, São José de Espinharas e Aguiar foram alguns dos alvos dos bandidos. Em segundo lugar, as cidades do Cariri, como Caraúbas, Livramento e Gurjão. E a menor incidência de explosões a agências bancárias foram registradas nas regiões do Agreste e do Brejo.

Para se ter uma ideia de como este tipo de crime tem avançado nos últimos três anos, em 2012, foram contabilizados 52 ataques a bancos envolvendo explosões. Em 2013, esse número saltou para 124 ocorrências. Representando um dado alarmante para todo o estado, que viu de janeiro a novembro de 2013 crescer 138,4% o número de ataques a bancos. O que colocou a Paraíba na condição de estado brasileiro com o maior número de atentados no país.

A ousadia dos bandidos é uma característica que tem sido apontada como a principal necessidade a ser enfrentada com estratégia pela polícia. Devido ao fraco número de efetivo para policiamento e diante da facilidade em acessar o dinheiro, as quadrilhas têm se especializado.

O caso mais conhecido e que gerou repercussão nacional foi o do município de Princesa Isabel, há 419 quilômetros de João Pessoa. Quando 15 assaltantes explodiram simultaneamente dois bancos e fizeram reféns dentro das agências. Na fuga, eles espalharam objetos perfurantes pelo trajeto para dificultar a ação da polícia.

Em 2013, uma declaração do secretário estadual de Segurança Pública revoltou os trabalhadores dos bancos. Claudio Coelho Lima afirmou que a culpa pelas frequentes explosões era das próprias empresas que administravam o serviço, que não investiam “nem dentro e nem fora das agências”.

A polêmica gerada em torno do assunto, à época, levou o secretário a pedir desculpas pelo caos na Segurança Pública, e ainda admitir a falta de policiais nas delegacias. Na Polícia Civil, aproximadamente 300 policiais pediram dispensa em 2013 para realizar tratamento de saúde.

Com a falta de agentes na segurança pública e a crescente sensação de impunidade que se vê diante de tantos atentados, a população se questiona sobre quais medidas estão sendo adotadas para eliminar os riscos de novas explosões a agências bancárias e ver a prisão dos acusados pelos crimes. Quando a insegurança sobrepõe a ação dos agentes públicos, remete-se aos órgãos fiscalizadores a função de observar aonde e porquê estão ocorrendo estes equívocos.

Redação: Por Stefanny Marques

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